TRIP REPORT AMÉRICA LATINA – QUITO (UIO)

Quito, capital do Equador.

No dia 29/11/2024 embarquei de São Paulo rumo ao Equador.

Escolhi este destino como primeira opção por ser pouco explorado por Brasileiros.

Tive a oportunidade de conhecer o interior do país, mas esta série em formato de Trip Report tem por objetivo mostrar a cidade de Quito e seus modos coletivos de deslocamento.

Localizada em um vale e cercada por vulcões, Quito é um tesouro turístico, conhecido por ter o maior centro histórico turístico das Américas, tombado pela UNESCO em 1978.

A cidade se mostra integrada em seus eixos mais adensados, ainda que os eixos não se conectem em trechos intermediários, senão, por terminais.

Quito conta com três corredores que cortam a cidade de Norte a Sul e uma linha de Metrô que também segue este curso, mas serpenteia áreas que os corredores não atendem.

O primeiro eixo de BRT da cidade de Quito inaugurado em 1995, conta com 24 km de extensão e 48 paradas e que, por enquanto possui algumas características únicas e originais, como a mão inglesa no ramal na região de Quitumbe e plataformas centrais neste tramo, pois os trólebus originais do trecho só possuem portas à direita.

O serviço de trólebus foi extinto e os ônibus antes elétricos foram convertidos para combustão.

Este conceito segue na contramão da agenda ambiental que as nações tem mas que o Equador é em partes signatário.

A rede de trólebus foi extinta com a chegada dos biarticulados encomendados pela autoridade municipal.

(Este corredor, assim como o ECOVIA são serviços estatais, geridos pelo município).

É inegável a saturação do serviço em ambos os sentidos, mesmo tendo uma boa oferta de transporte em eixos paralelos nesses destinos em comum do equatoriano.

Parte do sistema passa por reformas estruturais e de infraestrutura, pois a aquisição dos biarticulados apesar de ter dado uma melhoria na oferta do serviço, esbarrou nas estações que não foram adaptadas ao padrão dos veículos que foram encomendados.

Em algumas estações as portas do ônibus abrem fora da plataforma da parada e em alguns casos, ficam centímetros desalinhas à porta da plataforma.

Erro gravíssimo! Mas que não é exclusividade de Quito.

Reformas estão acontecendo gradativamente, mas pela robustez do sistema, o investimento deveria ser levado mais a sério. O corredor tem trechos dentro do centro histórico que conflitam com o tráfego comum.

Batizada assim pois possuiu uma frota de ônibus ecológica movida a biodiesel.

O começo da operação se deu por cooperativas do sistema de Quito que tiveram seus serviços suprimidos pelo BRT, mas que demorou para acontecer pois não haviam recursos para a compra dos veículos e a prefeitura fez a primeira adaptação dos trolebus e os colocou para circular no contrafluxo do corredor pois as estações eram centrais e os trólebus como dito antes não possuem portas à esquerda e foi definitivamente estatizado.

Tramo Norte inaugurou em 2001 e Tramo Sul em 2011 e possui 45 paradas.

Com 84 km 145 paradas, este é o maior tramo da cidade, mas possui uma característica única!

Operada por diversas empresas privadas e com ônibus que não seguiam a tendência de diminuir emissões de carbono. Também operou com ônibus articulados, mas devido ao alto custo operacional e manutenção, foram substituídos por veículos convencionais, o que gera insatisfação e reclamações dos usuários, além das longas filas para embarcar nos terminais inicias e de conexão.

Este eixo não é destinado apenas para a linha que corre a extensão do corredor. Linhas que saem de bairros do entorno e são do mesmo consórcio também passam pelo corredor, o que se assemelha com os corredores exclusivos de São Paulo.

Foi esticada até Carcelen porém a estrutura preparada para o corredor foi abandonada e os as empresas não tiveram interesse em manter a infraestrutura, o que transformou as modernas estações em lixões e locais de uso de drogas.

Hoje também é operado um segundo tramo deste corredor exclusivo que vai de Universidad Central a Quitumbe, entrando em áreas de conflito com tráfego comum em alguns trechos do centro histórico.

Um sistema novo que possui 15 estações e vai atendendo a todos os eixos de BRT da cidade de maneira simultânea.

O sistema é extremamente limpo e a população já iniciou sua adaptação ao novo modal.