
MOBILIDADE ATIVA: Planejamento Sugestivo?
É fato que a integração entre modos de transporte é uma necessidade atual entre todas as grandes cidades, calçadas, faixas e pistas dedicadas ao transporte limpo e coletivo.
Mobilidade ativa pode se traduzir em um meio de deslocamento que depende da atividade e energia do corpo para se locomover, termo dado originalmente para ciclistas e pedestres.
Também sabemos que a Mobilidade Ativa não é viável para longas distâncias, sua utilização em grande maioria se dá por viagens curtas, principalmente em lugares com muito aclive, como a cidade de São Paulo.
Mas o que traz qualidade ao convívio dos modos que dependem de veículos? E as pessoas que andam a pé?

CALÇADAS:
Sabemos que calçadas deveriam ser a base da composição de uma via perfeita, mas calçada precisa ser plana e sem obstáculos, o pedestre precisa de segurança no leito de caminhada e também segurança para caminhar em determinados locais.
Gosto de acompanhar a opinião técnica do arquiteto, através de se canal no YouTube, São Paulo Nas Alturas, por Raul Juste Lores.
Raul enfatiza a importância de se ter fachadas ativas em prédios e lotes lindeiros, sem segregações entre o pedestre e o ambiente interno; é segurança! Segurança para quem caminha, segurança para quem está tomando um café, jantando com a família, para o prédio de atividade mista e afins.
Por se tratar de um tema que traz uma profundida discussão política e de cunho social, a singela imparcialidade do locutor traz uma boa experiência à quem assiste.
Calçadas necessitam de gente! E é gente quem gera renda, locais bem frequentados podem inibir atividades criminosas e ilícitas além de trazer qualidade ao ambiente. Toco no tema da segurança, pois não existe lógica em incentivar o uso de espaços e modos se não existe o mínimo conforto e segurança para se utilizar.
Muitas medidas são tomadas por especialistas que não usam o que planejam, técnicos sem expertise e feeling para enxergar soluções práticas e identificar problemas futuros, com isso temos calçadas que sequer cabem duas pessoas e sequer, cadeiras de roda, e também, cruzamentos que não tem acessibilidade universal, locais que obrigam a fazer manobras e até mesmo filas pela má disposição do mobiliário urbano pois o espaço é disputado também com o leito carroçável, que também está saturado.
CICLOFAIXAS:

Pesquisa: Guilherme Augusto
Vias coletoras de mão dupla com ciclofaixa bidirecional particularmente para mim se tornaram incógnitas.
Não existe estrutura para comportar veículos pesados e parte da via que é estreita foi segregada para acomodar a ciclofaixa.
Ninguém é contra espaços dedicados para ciclistas, mas sim como é implantado.
Para qualquer projeto viário, a contagem é obrigatória, segregar espaços pouco utilizados, não se trata de justiça social e sim engodo político com nuances populistas para inflar números.
Locais que não comportam este tipo de infraestrutura podem ser transformados e racionalmente requalificados para passar pelo processo de Traffic Calming (ZONA 30 e ZONA 40).

Foto: Guilherme Augusto
E receber sinalização de Ciclo Rota para ligar às ciclovias e ciclofaixas com estruturas seguras e sem suprimir o espaço existente nas vias que já são mal planejadas, com calçadas e faixas estreitas, que para piorar contam com carros estacionados em ambos os lados.
Exemplos de faixas mono direcionais que são sucesso, respeitadas e seguras por acompanhar o fluxo da via, são questões que devem ser levadas em consideração pelos ativistas, a gana por tomar o espaço do automóvel sem critério é o que incentiva o desrespeito e o desincentivo ao uso da bicicleta.

Pesquisa: Guilherme Augusto
Temos exemplificações de que se pode ter maior equidade e segurança no trânsito, sem cercear o espaço de ninguém no leito carroçável.

Arte: Guilherme Augusto
Outros exemplos em conflitos viários são as ciclofaixas bidirecionais e unidirecionais que representam perigo para o pedestre e o ciclista.
A exemplo de Santiago, São Paulo seguiu na contramão da segurança, em uma aproximação do ônibus ao ponto de parada, o pedestre que está de costas para a ciclofaixa no sentido oposto ao sentido natural da via pode dar um golpe sem intenções no ciclista que já está próximo do pedestre.

Foto: Guilherme Augusto
Por que não adotamos exemplos como em Santiago?

Foto: Guilherme Augusto.
Equipamentos de segurança que atendem demandas também melhoram a qualidade de deslocamento de todos os usuários da via, medida simples, barata e eficaz, se um dia o ônibus não atender mais aquela via, a estrutura pode ser desmontada e reutilizada em outro lugar.
A mobilidade ativa necessita de integração com modos motorizados para trazer eficácia à sua existência, além de rede integrada entre si mesma, não se pode fechar os olhos para os modos de transporte seja coletivo, ou privado. O direito de ir e vir continua sendo de todos e ele necessita de ordem, ordem no planejamento, execução e correções ao longo do tempo, para que com o tempo novas ferramentas e métodos possam aprimorar e tornar os deslocamentos viáveis, no ponto de vista ambiental sem afetar os serviços hoje existentes, garantindo a liberdade do indivíduo de fazê-la da melhor maneira.
Continue as ideias são ótimas parabéns
Wagner, grato pela sua mensagem e apreço pelos ideais aqui propostos. Grande abraço!