OPINIÃO: O não aumento das tarifas e as politicagens por trás da ação
Ano de eleições municipais no Brasil. Como sempre, uma série de medidas consideradas “populistas”, visam salvar os mandatos de quem está acima do poder executivo em todas as cidades.
Não entrando em detalhes destas medidas, mas destacando apenas a questão do congelamento das tarifas do transporte coletivo que pode ser um grande tiro no pé das gestões que buscam manter o poder a qualquer custo.
Não é de hoje que sabemos que o transporte por ônibus respira por aparelhos e o que mantém esse aparelho vivo, é os subsídios.
Subsídios esses, que muitas vezes, são mau planejados e que mesmo com seu uso, a conta não fecha.
Gratuidades desenfreadas, fraudes, aumento em potencial dos principais itens necessários para fazer o transporte girar, são apenas alguns dos inúmeros itens que aumenta o custo.
Poucos sabem, mas grande parte dos contratos de concessão do transporte coletivo, possui cláusulas que garantem o aumento anual das tarifas, afim de garantir o equilíbrio financeiro das empresas e sistemas de transporte, com o intuito de cobrir os custos e os aumentos em tudo que compõe.
A questão é que este aumento depende de decretos vindos de representantes do poder público e que transformam uma questão contratual, em manobras políticas, com o intuito de elaborar a famosa política de pão e circo, ainda mais nos anos de eleições como 2020.
Não estamos aqui defendendo os lados de uma moeda que todos sabem da importância na sociedade ou o aumento consecutivo nas tarifas que em muitas vezes, já não são atrativas e ainda possibilita a instalação de concorrências que balançam os sistemas, mas nos convidam a refletir e entender se os programas tarifários, seja eles subsidiados ou não, estão sendo executados da maneira correta?!
Se o transporte coletivo, mediante a importância social que possui, com tantas gratuidades existentes, não é hora de pensar em incentivos fiscais em itens indispensáveis a sua circulação, seria uma forma de baratear e reduzir os custos cada vez mais altos?
Ofertar a prioridade, ainda mais nas grandes cidades, cujo trânsito está cada vez mais caótico, ofertando maior fluidez e economia que vão desde aos cofres públicos ao cliente final, que pode se sentir atraído pela rapidez oferecida?
Insistir na criação de parcerias, principalmente as que oferecem fiscalização, com o intuito de inibir fraudes diversas que ocorrem.
É necessário ampliar a divulgação do transporte coletivo, de uma maneira agregadora, que mostre a importância deste em relação a sociedade e ampliar os canais de comunicação entre empresas, clientes e órgãos gestores, para quem sabe assim, o ônibus seja menos “criminalizado” diante de represálias diversas.
Menos política e mais técnica. Pela vida dos sistemas de transporte… antes que seja tarde demais.