Conselho da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida conhece novos pontos de ônibus do BRT em Sorocaba
Acessibilidade requer projetos de melhoria do passeio público e políticas públicas que envolvam o engajamento de várias secretarias municipais
Sorocaba está evoluindo! Com o avanço programado para sua população. Novas possibilidades, maior interatividade com os passageiros de uma cidade que vem se modelando ao futuro do transporte coletivo dentro de suas necessidades. Confira abaixo, a nota disponibilizada pela prefeitura em questão da interação com pessoas de deficiência física e visual com as obras do futuro BRT da cidade.
Com a chegada do Sistema BRT na cidade, os pontos de ônibus dos eixos contemplados pelo transporte coletivo rápido passam por mudanças importantes. Uma delas se refere à acessibilidade, que está sendo melhorada para os usuários do sistema. Os novos pontos instalados já começaram a receber as adequações, com a instalação de piso podotátil e espaço próprio para os cadeirantes. Para ver de perto tais mudanças, na manhã desta terça-feira (15), representantes do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (CMPcD) percorreram algumas paradas de ônibus.
A visita foi acompanhada pelo secretário de Mobilidade e Acessibilidade, Gilmar Ribeiro Tadeu Alves, por funcionários da Urbes – Trânsito e Transportes, por um representante da empresa fiscalizadora das obras do BRT e por representantes de entidades ligadas às pessoas com mobilidade reduzida.
Para Maria José Gonçalves de Souza, de 49 anos, cadeirante e membro do CMPcD, as melhorias feitas no ponto de ônibus da Av. Washington Luiz, altura do número 970, são um avanço para quem depende de uma cadeira de rodas para se locomover. Mari, como gosta de ser chamada, destacou que o piso próximo ao ponto está nivelado, o que facilita ao cadeirante utilizar o transporte coletivo. Ela reforça, porém, a necessidade de rampas de acesso nas extremidades das calçadas.
Antonio Marcos Mimi, de 40 anos, possui deficiência visual e costuma transitar bastante pela cidade, saindo do bairro onde mora, na Vila Hortência, para a Associação Sorocabana de Atividades para Deficientes Visuais (ASAC) ou para a casa de parentes, no Parque São Bento. Ele considera que a colocação de pisos podotáteis de alerta e direcional nos pontos de ônibus facilitam seus deslocamentos. “Mas ainda falta respeito das pessoas, que nem sempre me dão passagem nas calçadas. Também falta mais investimento em acessibilidade como um todo”, completa.
Mobilidade e Plano Diretor
Ainda que seja uma realidade distante nas cidades brasileiras, a mobilidade acessível está prevista, para implantação a médio e longo prazo, no Plano Diretor de Transporte e Mobilidade Urbana (PDTUM) de Sorocaba, por meio de projetos de melhoria do passeio público e políticas públicas que envolvam o engajamento de várias secretarias municipais. Os novos pontos de ônibus do Sistema BRT contemplam, em partes, essa acessibilidade, já que contarão com piso podotátil, sinalização indicativa de espaço para os cadeirantes e demais adequações contempladas em cinquenta metros das novas paradas do transporte coletivo. Já as estações do BRT terão placas em braile com informações sobre as linhas de ônibus atendidas naquele local.
Para Gilmar Tadeu, secretário de Mobilidade e Acessibilidade, a visita realizada contribui com os detalhes para a acessibilidade, mas há necessidade urgente de olhar para os acessos, rampas e faixas de travessia de pedestres para adequações. “Há muito o que ser corrigido, tanto no que já foi feito quanto no que está por vir. Precisamos também melhorar a entrega das obras, registrando as limitações, corrigindo falhas e não repetindo erros”, reforçou.
“Estar se pensando em acessibilidade é muito bom, pois muita coisa precisa ser melhorada, pois no nosso olhar, ao redor do que vimos, falta acesso. No ponto de ônibus em si, fizemos questionamentos e propusemos melhorias, mas entendemos que tem funcionalidade”, opinou Adrielle Moraes, presidente do CMPcD.
Melhorar a acessibilidade ao transporte coletivo é uma premissa da Urbes – Trânsito e Transportes, que estabelece às empresas as rampas de acesso a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida. “Hoje, 100% da frota já possui esse equipamento, o que possibilita a inclusão de muita gente ao transporte coletivo urbano”, reforça Adriano Brasil, gerente de Transportes da Urbes.