Concessionária do VLT pede suspensão do contrato de operação

Concessionária informa que a mais de um ano não recebe repasses e valores ultrapassam os R$ 150 milhões.

Com apenas 3 anos de operação, 2 linhas operantes e 1 praticamente pronta mas sem operação pois ainda não foi inaugurada pela prefeitura da cidade, a concessionária que administra o VLT da cidade do Rio de Janeiro, entrou com pedido judicial para a suspensão do contrato de operação do modal.

O motivo seria a inadimplência por parte da prefeitura que se alastra a mais de um ano e já chega a R$ 150 milhões de Reais.

O contrato foi assinado em 2012 e possui validade de 25 anos.

Apesar da assinatura do contrato ser realizada em 2012, a operação da primeira linha de VLT da cidade começou apenas em 2016, ou seja, apenas 3 anos de operação e atualmente, transporta cerca de 80.000 passageiros em média por dia. Um fato curioso é que desde sua inauguração, o valor da tarifa praticada é de R$ 3,80.

O VLT Carioca é composto por 3 linhas:

LINHA 1: Vai do Aeroporto Santos Dumont a Rodoviária Novo Rio, passando por vias importantes como a Avenida Rio Branco. Integra com as linhas 1 e 2 do Metrô e ao Teleférico da Providência, o Terminal de ônibus Padre Henrique Otte e o Terminal de cruzeiros do Pier Mauá. Possui 20 estações e 6.4km de extensão. Com operação iniciada em 05/06/2016 em seu primeiro trecho e o segundo trecho entregue um ano depois, em 04/06/2017. A conclusão foi feita em 02 de Dezembro do mesmo ano com a inauguração da Parada Praia Formosa.

LINHA 2: Liga a Praça XV a Rodoviária Novo Rio, atuando de forma perpendicular a Linha 1. Atende pontos importantes como o Terminal de Barcas, A Central do Brasil, que possibilita a integração nos 5 ramais da SuperVia e 2 linhas do Metrô e aos Terminais de ônibus Procópio Ferreira, Américo Fontenelle e Padre Henrique Otte. Possui 5.2km de extensão e 12 estações para embarque e desembarque. COm operação iniciada em 06/02/2017, teve o projeto concluído também em 02/12/2017.

LINHA 3: Liga o Aeroporto Santos Dumont a Central do Brasil, atendendo vias como a Avenida Rio Branco e Marechal Floriano. Possui 4km e 10 estações, e destas, 6 estão sobrepostas as demais linhas. O trecho entrou em testes no fim de novembro de 2018, mas problemas entre a prefeitura do Rio de Janeiro e a concessionaria operadora do VLT não permitiram que a linha entrasse efetivamente em funcionamento, continuando sem operação até os dias atuais.

Com projeto de licitação iniciado em 2012, as obras foram iniciadas apenas em 2014. O modal é fruto de um sistema de revitalização da região portuária que foi iniciada após a demolição do Viaduto da Perimetral. A remodelação nas linhas de ônibus da região central também foi realizada para que o VLT fosse melhor inserido na área. O sistema possui 28km, 32 trens de 44 metros cada, que atingem velocidade máxima de 50km e operação com velocidade média de 15km/h. A frequência de intervalos entre trens por linha, é de 5 a 10 minutos.

Assim como o BRT, o VLT carioca passou por momentos complicados na questão de calote dos passageiros em relação ao pagamento da tarifa. Por não contar com catracas nos acessos as estações de embarque e desembarque nem nos trens, que conta apenas com validadores no qual o cliente realiza o pagamento encostando os cartões de transporte. Agentes de operação fiscalizam este pagamento no lado interno dos trens.

Em comunicado oficial, a concessionária ressaltou que tenta negociar com a prefeitura, desde dezembro de 2018, pendências financeiras que impediam a circulação da linha 3, último trecho do sistema, que liga a Central do Brasil ao Aeroporto Santos Dumont. “Sem chegar a um acerto, o VLT negociou com seus fornecedores e solicitou autorização para operar o trecho em 9 de maio. O pedido segue sem resposta, deixando passageiros e comerciantes da região desatendidos“, afirmou em nota.

A concessionária destacou que já se colocou à disposição para revisar a demanda contratual em diversas oportunidades e que a proposta, inclusive, foi oficializada em carta. No entanto, não houve resposta pelo poder concedente e que mesmo com tamanho desgaste financeiro, não reduziu e nem prejudicou as operações durante este tempo.